O cooperativismo teve sua
origem na Inglaterra, em Manchester, com a fundação da Sociedade dos Probos
Pioneiros de Rochdale em 21 de dezembro de 1844. Esses cooperados eram 28 tecelões, dentre eles uma
mulher. Com a criação de um armazém cooperativo, puderam
suprir suas necessidades emergentes. Não imaginavam eles que esse armazém se
tornaria a matriz do cooperativismo de consumo e a semente do movimento cooperativista. No Brasil, a concepção da doutrina cooperativista surgiu com os jesuítas por volta de 1610 e por mais de 200 anos, esse sistema deu exemplo de
sociedade solidária, fundamentada no trabalho coletivo, onde o bem-estar do
indivíduo e da família se sobrepõe ao interesse econômico.
A
Aliança Cooperativa Internacional (ACI), órgão fundado em Londres em 1895, tem o
objetivo de continuar a obra dos Pioneiros de Rochdale e acompanhar o cooperativismo no mundo inteiro. No Brasil a Organização
dos Cooperativos Brasileiros (OCB) e o Serviço Nacional de Aprendizado do
Cooperativismo (SESCOOP) desempenham esse papel. No
início da década de 70, com os esforços do secretário da agricultura de São
Paulo, Antonio José Rodrigues Filho, e o apoio do ministro da Agricultura, Luiz
Fernando Cirne Lima, o cooperativismo se
unificou na OCB. Foi promulgada em 1971 a Lei 5.764 que, entre outras regras,
exige que todas as cooperativas se
registrem previamente no Conselho Nacional do Cooperativismo.
A OCB define o cooperativismo como um movimento,
filosofia de vida e modelo socioeconômico capaz de unir desenvolvimento
econômico e bem-estar social. Seus referenciais fundamentais são: participação
democrática, solidariedade, independência e autonomia. De acordo com Turra,
Santos e Colturado (2002) o cooperativismo é um
processo de organização social em torno do qual se mobilizam e consolidam as
cooperativas – tendo como finalidade difundir os ideais em que se baseia para
que haja maior e melhor desenvolvimento econômico e social em todas as sociedades.
Uma cooperativa visa buscar fontes de trabalho e renda para os sócios
cooperados, beneficiando seus associados com contratos que atendam suas
necessidades, como a capacitação profissional e melhoria nas condições de
trabalho para os que se vem à margem do desenvolvimento capitalista atual. A
cooperativa tem como um de seus princípios básicos a promoção da filosofia
cooperativista a todos seus associados. O
que diferencia uma sociedade cooperativa de qualquer outra é que a cooperativa
é uma sociedade de pessoas e não de capital.